STATUS

quinta-feira, 25 de julho de 2013

VIGIA





Penápolis, 25 e julho de 2013.


Ao vigia dos corações.


Honrado senhor,



Venho através dessa solicitar sua atenção, e se possível sua compreensão em relação ao meu caso. Ando tendo problemas com o coração que designou a mim, e preciso dizer que ele está me causando desacertos e lágrimas.
Desde que descobri sua função principal, ele não tem se acomodado. Exige atenção, e quer que suas vontades sejam feitas. Se não as faço, ele se aborrece, fica acuado, silencioso, e todo “dolorido”, então não consigo sorrir, brincar, planejar, sonhar, nem ficar leve e bem. Passo o tempo todo estressada, tristonha, chorona, e grosseira. É como se eu dependesse do bem-estar dele para ficar bem também.
Senhor, peço que leve em consideração meus argumentos. Imagino que deva haver muitas pessoas com queixas mais graves que a minha, com reclamações e outros casos que desconheço. Mas imploro que reserve um tempo para solucionar minha situação, pois está difícil passar meus dias com o peito apertado. Penso que me desfazer dele não seja possível, mas já seria de grande ajuda ter um manual para entendê-lo.
Gostaria de sentir o que quero, quando quero, e por quem quero. Poder agir de forma lógica, racional, e sem misturar minhas vontades com as desse teimoso que habita em mim. Preciso tomar as rédeas da minha vida, mas não obtenho sucesso nessa caminhada, não com ele ditando minhas decisões. Estou desesperada e sem saber como agir. Por favor, responda-me o mais depressa que puder. Não sei se posso dividir-me com esse coração cuja função deveria ser apenas pulsar.
Desde já agradeço pela oportunidade de lhe falar.


Atenciosa e ansiosamente.

Simone Rocha





domingo, 14 de julho de 2013

VARIADA






E me faz sorrir
Faz-me cantar
Faz-me brincar
Faz-me esquecer
Faz-me crer que é possível sonhar.

Faz-me menina
Faz-me mulher
Faz-me moleca
Faz-me pensar que cresci
Sem deixar de ser criança.

Faz-me amiga
Faz-me irmã
Faz-me palhaça
Faz-me anjo
Faz-me ser eu
Mesmo quando me desconheço.

Faz-me bem
Faz-me feliz
Faz-me crer que sempre está aqui.



SIMONE ROCHA

sábado, 13 de julho de 2013

TEMPOS PASSADOS





Saudades do cheiro e do aconchego
Saudades dos sorrisos dados
Saudades dos sorrisos tirados.
Saudades dos olhares trocados
Dos abraços apertados
Dos beijos roubados.
Saudades das lembranças boas
Saudades de viver um conto
Saudades do acolhimento sem recompensas.
Saudades das piadas,
Das brincadeiras,
E também das discussões
Quando divergíamos nas opiniões.
Saudades das músicas boas
Dos filmes ruins
E de dormir em seus braços.
Saudades dos tempos que a lembrança
Era o presente que ganharíamos.
Saudades do tempo perdido
Do tempo vivido
E do tempo sonhado.
Saudades de quando eu sorria
De quando eu pensava
Que o futuro não tardava.
Saudades dos momentos
E saudades de sentir saudades.
Saudades de você,
E saudades de mim
Quando estava o seu lado.




SIMONE ROCHA

sexta-feira, 12 de julho de 2013

SAUDADES DA CRIANÇA QUE FUI





Saudades de quando tudo era bom
Tudo se resumia a brincar
E a sorrir.
Saudades de subir na árvore,
De molhar os pés na poça,
De ficar na rua até tarde
Sem preocupar-se com o perigo.
Tenho saudades de não ter preocupações,
De não ligar para coisas supérfluas,
Saudades de aproveitar o momento.
Tenho saudades do bolo quentinho,
Do doce baratinho,
E de vestir as bonecas.
Podia voar,
Ser médica, artista,
Cuidava de animais,
E regava as plantas.
Tenho saudades de ralar os joelhos,
De não temer me machucar,
De enfrentar as “aventuras” de infância.
Tenho saudades de ser criança.
       



SIMONE ROCHA