Percebi os cacos
estilhaçados por todo lado.
Aparência desfigurada
Amorfa, sem luz
alguma.
Partes do que um
dia fora e já não é
As lembranças se
formaram, impertinentes
Sem permissão.
Uma construção
demasiada longa
Trabalhosa,
Paulatinamente tomou
forma.
Cada detalhe
moldado ao construtor
Seu arquiteto
empenhando amor
Seu trabalho
sendo aprimorado para ser perfeito.
A obra tão
cuidada
De estrutura
sólida
Complementos singulares
Pilares seguros...
O vento soprou
um dia
E tudo desabou.
A igreja
tornou-se pó.
Olhando no
espelho a máscara desfizera-se
A chuva caia lá
fora
E as partículas
d’água compunham uma canção de morte.
A igreja
sucumbiu ao desejo
Desgastou-se de
tanto ser contemplada.
Envaideceu-se
“Vaidade, tudo é
vaidade”.
SIMONE ROCHA
Nenhum comentário:
Postar um comentário