Os dias nascem visando o fim, onde a noite se instala e
revela o que, outrora, estava oculto à luz do sol.
Os dias não desanimam por serem finitos, ao contrário,
desempenham seu escopo com determinação.
Os dias nem sempre são repletos de cores e vida; por
vezes só lhes resta o cinza fúnebre e som mórbido de uma marcha.
Os dias não esperam flores, mas oferecem-nos o que as
oportunidades permitem que doem.
Os dias não se arrastam, somos nós que, sobrecarregados
do “eu”, arrastamos nossas vidas como se não houvesse sentido algum.
Os dias não decepcionam nem escolhem datas para nos fazer
rir, chorar, agradecer, clamar por perdão; nós fazemos nossas apostas, ganhar
ou perder depende da sorte que lançamos.
Os dias não nos matam de amor ou ódio, eles surgem, nós
optamos em que mar lançaremos nossas velas.
Os dias não surgem para nos mostrar as falhas anteriores
nem para mostrar-nos a incompetência de uma vida, mas em cada amanhecer, nos
concede uma nova oportunidade para vencermos nossas barreiras, superar os
obstáculos postos em nossos caminhos, para fazer diferente tudo o que deixamos
passar.
Afinal, os dias nos trazem uma chama chamada esperança.
SIMONE ROCHA 01-09-2015