Quando
uma luz se apaga ela não deixa de ser luz. Ela apenas deixa de brilhar.
Quando
um pássaro não voa, ele não deixa de ser um pássaro. Apenas deixa de voar.
Quando
um filho sai da casa dos pais, ele não deixa de ser filho. Apenas deixar a casa
dos pais.
Quando
uma pessoa não enxerga, ela não deixa de ser gente. Apenas deixa de enxergar.
Quando
mudamos, não deixamos nossa essência, apenas acrescemos nosso conhecimento,
transformamos nossas mentes, moldamos nossos ideais, sonhamos novos sonhos,
aperfeiçoamos nossas características a partir das experiências adquiridas.
Mudar
não significa deixar nosso eu, nem criar um novo personagem para assumir nossas
vidas. Mudar é uma reinvenção de nós mesmos. Não é uma réplica ou cópia, mas
uma retratação de nossas personalidades.
Não
podemos mudar? Não podemos crescer? Não podemos errar?
Essa
sociedade nos proíbe de cometermos nossos próprios equívocos? Proíbe-nos de
sonharmos nossos sonhos e de transformar nossos ideais? Não podemos opinar?
E se
eu quiser ser livre? E se eu quiser voar? E se eu quiser moldar meu mundo,
pintar meus sonhos, escrever minha alma? O cárcere que me aprisiona não é o da
sociedade que vive impondo ditaduras, mas o do medo de mostrar as pessoas quem
realmente quero ser.
SIMONE
ROCHA