STATUS

terça-feira, 1 de julho de 2014

É MUITO POUCO PARA SER TANTO






Descontentamento
Contente descontado
Desconto que tenta a mente.
Tamanha desordem
Ordem bagunçada
Oh vida, uma cilada
Um beco
Uma saída
Um meio estranho de supor
Um livramento
A livre forma de fugir
Simples maneira de existir
Ou extinguir
Ou mesmo sucumbir.
É muito nome igual
Para gente tão diferente.
É muita coincidência
Pra tão pouca semelhança.
É muito contentamento
Para um mundo decadente...



SIMONE ROCHA

quarta-feira, 18 de junho de 2014

SENHOR, NÃO SOU DOUTOR



_Formado?
Senhor, não sou doutor
E meu diploma é a pena
Que liberta.
_Letrado?
Senhor, eu sou errante
Não sou discreto,
Sou passante.
Sou feliz,
Um amargurado contente
Criticando e enaltecendo seu diploma.
Senhor, não sou doutor.
_Filósofo?
Senhor, nem pensador.
Não vivo de pensar,
Sou poeta,
Penso para viver.



 ...Seu diploma, minha pena. Nem um, nem outro diz quem somos (mas minha pena , ah, a minha pena... não fala, mas tudo sabe).

SIMONE ROCHA

VASTO





Vasto olhar de nossas vidas
Vastos são os vastos campos
Vastos campos de cruz, coroas
E lápides.
Vastas são as sementes plantadas
E poucas as flores colhidas.
Vasto meio em que vivemos
Inteiramente perdido no
Vasto espaço do escárnio.
Prudente, maldiz, criticando
Ambiguamente.
Vasto infinito,
O eterno, um conflito.
Vastamente, por todo lado,
Ilusão, iludido, enganado.
Vastas são as palavras ditas
Vastas são nossas letras escritas
Vastas são nossas vidas contadas
Reduzidas ao pó, vastamente engendradas.






SIMONE ROCHA

segunda-feira, 16 de junho de 2014

REINVENTAR




Dê-me um beijo
Diz o antiquado
Do amante e do comprometido
E do jovem destemido
Contrariando a estética
Entrando com a licença poética
Diz, então, enamorados
Parnasianos, românticos  e impressionistas
Todos os que, com a alma, amam
Dizem todos os dias
Deixa disso, ó perfeição, rimas métricas,
Exatidão
Despido de pudor
Me dá logo um beijo.






SIMONE ROCHA

sábado, 24 de maio de 2014

RUE DE LA PAIX PARTE II

OUBLÉ


_Mas tudo tende acabar um dia.
 Devemos aprender que tudo parte,
 Todos se vão ...
Amigos vão embora,
Não se lembram dos outros...

É absurdo que tenhamos feito tantas coisas
E agora esse vazio.

_O interessante é tentar guardar lembranças boas dos momentos.

Mas e se perdermos as memórias?
Pode cair no esquecimento.

_E a tristeza seria menos dolorosa?
Façamos o esforço de reter na memória mesmo que doa?
Não há fuga.

Gostaria que não tivesse acontecido.

_E não ter vivido momentos maravilhosos?

Mas o sentido se perdeu no instante que foi esquecido.

_Pode ser uma perda aparente.

Pode ser apenas a saudade falando.

_Se há saudades, não foi esquecido...
O que dói é achar que os outros nos esqueceram.




SIMONE ROCHA E VALDIR LOPES




quarta-feira, 21 de maio de 2014

LES MOTS




Mille fois le silence.
Mots silencieux
Mots non-dits
Mots oubliés
Mots dans le vent.
Mieux non sourire.
Sourires fermé
Sourires effacé
Sourires volés
Sourires sans grâce.
Le silence,
Les sourires,
La solitude,
Volage la vie.
Nouvelle façon d'interpréter
L'inconnu.



SIMONE ROCHA

segunda-feira, 19 de maio de 2014

IMAGINEZ LA VIE




La vie est belle?
Ou non est rien?
Quelle est en fait?
Non sais?
Imaginez.
Je imaginez.
Je rêve.
Je vive.
Parce que je suis
Quelqu'un qui pense.
imaginez la vie


SIMONE ROCHA

quinta-feira, 15 de maio de 2014

EU SOU





Eu canto pois sonho
Canto meus sonhos
Sonho minha música
E sou a própria composição.
Nas nuvens, desenho,
Ao pôr do sol
Declamo versos..
Você É todos os versos.
Também danço ao som da tua voz.
No balanço dos teus braços
Sou sua coreografia
Sou quem canta, dança e interpreta.
Posso ser seu sorriso e sua raiva
Mas nunca suas lágrimas.
Corro quilômetros na chuva,
Rodopio e salto para ti.
Posso ser poeta ou criança.
Sou a fé ou o fim de esperança.
Quem o beija ou estapeia,
Sua alma ou seu ombro consolador.
De todo o mundo, nada sou
Mas em todo nada
Sou eu quem te faz rir.
Sou eu quem aqui está
Por ti.


SIMONE ROCHA

sexta-feira, 2 de maio de 2014

VOULEZ QU'ELLE SE TERMINE


 



Só desejo que tudo se acabe.
Chega de tristeza, solidão, desesperanças.
Chega desse vazio,
Porei um fim a esse amor corrosivo.
A dor é mais presente
Que muitos amados meus.
Ela pode até me destruir
Mas não me deixa.
Não danço na chuva
Pois as gotas não me lavam,
Ao contrário,
Cada toque gélido perfura minha alma.
Como esperar que a antimatéria cicatrize?
Só desejo que finde o aperto no peito
Que meus olhos não brilhem
E que a música silencie perpetuamente
O som do meu coração.



SIMONE ROCHA



DESDE QUANDO?


 




Desde quando
Preciso dizer que te amo?
Deito-me e
 É você quem domina meus pensamentos.
Se acordo ofegante durante as noites
Com certeza sonhei com seus olhos,
Seu sorriso, seu “eu”.
Como se não fosse suficiente
Já acordo com meus pensamentos em ti.
Intrigante,
Desde quando
Preciso dizer que te amo?
Ultimamente me pego perdida em você.
Pensando em formas de estar por perto
Sem parecer forjado.
É quase uma necessidade.
Quero segurar suas mãos,
Desenhar seu rosto com a ponta dos dedos,
Descansar no teu colo
E pousar a cabeça em seu ombro
Sem preocupações.
Desde quando
Preciso dizer que te amo?
 Desde que não paro de pensar nisso.
Desde que não penso em outra coisa.
Desde que penso em te amar dia e noite
Sem nada em troca.
Desde que meus pensamentos são seus
Ainda que não sejam mais meus.
Desde quando
Preciso dizer que te amo?



SIMONE ROCHA

segunda-feira, 28 de abril de 2014

RUE DE LA PAIX




Então, depois de muitos anos.
Encontramo-nos e na verdade nunca estivemos perdidos
Você uma renomada escritora... eu um intelectual velho decaído
Olhamos as pessoas com pressa, passarem, enquanto tomamos café.
Seu francês parfait, seu riso grande,
Meu olhar desconfiando, minhas manchas na pele
Você pergunta:
Poète, voulez-vouz un café?
E eu, no meu inglês tímido digo...
O que você quiser
E nossa amizade é tão intrigante
Aos olhos dos passantes, ninguém entende duas almas
Sorridentes. Marcas expressas pelo tempo, na face
Em faces, indicando que aprendemos a sorrir em todos os momentos
Pois poetas sonham, sentem, criam e realizam...
Se não der certo, a vida se transforma.
Afinal, é o que fazem os poetas,
Transformam tudo

Em poesia.

Autoria de Dir Lopes e Simone Rocha

quarta-feira, 23 de abril de 2014

COMO SE FAZ?






Esse sentimento não se faz sentir,
Se faz doer, mas não se faz delir.
Se faz angustiante,
Se faz perdido,
Se faz amigo,
Se faz amante,
Se faz envolvido.
Não sei melhorar,
Esqueci como se faz.
Esqueci como se vive.
Vivo esquecendo.
Esqueci como sou boba,
Esqueci como brilhar,
Esqueci como assoviar.
O esquecimento se faz audível,
Se faz presente,
Se faz lembrar.


SIMONE ROCHA


LUGAR SECRETO



Na sua terra os sonhos devem cantar,
 Mostrando que a realidade é uma valsa...
É difícil de dançar,
 Mas deslumbrante e convidativa
Na sua terra os sons devem ser outros
 Os sorrisos
E melodias se embaraçam em uma só canção
 As palavras saem com maestria
E as situações são resolvidas com um simples despertar.
Na sua terra...
Um lugar para repousar!



SIMONE ROCHA

REDENÇÃO




Inóspito coração
Eterna redenção
Perdida ilusão
Regride a evolução.
Mudando a direção
Sem percepção
Célere perdão
Inócua pregação.
Incólume desejo
Pacóvio pensamento
Eterno desalento
Arroubo belicoso
Infindável tormento.



SIMONE ROCHA

POESIA SENTIDA







Mas hoje,
Em especial
Quero apenas que sintam a poesia
E esqueçam que alguém escreveu.
Mas que talvez, só talvez,

Se lembrem de que alguém sentiu.

SIMONE ROCHA

LINHA DO TEMPO


 


Gosto de palavras
Mas gosto mais de gente.
Gosto de ideias
Mas gosto mais do que se sente.
No caminho,
Ou fora dele.
Tropecei com seu olhar.
Sua maneira de sorrir,
Sua graça em ajudar.
Resplandecendo a Luz sublime,
Cativando no silêncio,
Transmitindo a calmaria
Mesmo em meio a tanto vento.
Em cada amanhecer
E ao cair da tarde
Sempre estás aqui, ali...
Onde Deus quiser.
Luz que não brilha apenas,
Também aquece independente.
Mistério e simplicidade.
Desvendando e surpreendendo.
Uns vivem para existi
Outros existem para viver
E outros ainda brincam de existir
Nessa linha do tempo que é a vida.


SIMONE ROCHA