Sabe no que
andei pensando?... Em nada.
É sério,
cansei de pensar. Estava me torturando demais com as incertezas futuras, e
decidi viver o agora.
O “agora”
não me tranquiliza muito mais que o “depois”, porém, hoje eu posso fazer algo
imediato, amanhã já não sei se terei oportunidade.
Estão
dizendo que o fim do mundo se aproxima, e sabe o que eu acho? Eu acho é pouco.
O que
fizemos para merecer a dádiva da vida, os sorrisos que estampam em nossos
rostos, as honras que recebemos?
Portanto, o
fim do mundo é acreditar que somos dignos de receber alguma coisa, de sermos
reconhecidos.
O fim do mundo é ver pessoas
se destruindo nas drogas, negando ajuda ao próximo, julgando a humanidade como
se fosse um ser superior. É um governo sem caráter, mães que jogam os filhos no
lixo, homens estuprando crianças inocentes.
O fim do
mundo que tanto estão falando não deveria ser temido. Essa hipocrisia de achar
que o fim dos tempos é a destruição através de uma inundação ou de explosões,
ou de bolas de fogo vindas do céu é cômica. Tenho vontade de rir dessas teorias
incabíveis.
Temem perder
a vida, mas continuam criando as armas que contribuem para a morte. Não
acreditam em Deus, mas pedem Seu socorro quando estão em apuros. Não apoiam o
preconceito, mas julgam as pessoas pela marca das roupas que usam.
É essa a
humanidade!
Mas sabe o
que está extinto? O caráter. O amor para com o próximo. A mão estendida para
quem precisa. Palavras que ajudem a levantar, e não que destruam.
Aproveitar
os dias, admirar as estrelas, contemplar a lua, correr descalço nas ruas.
Deixar a chuva escorrer sobre o corpo e lavar a alma. Abrir os braços, sentir o
vento de encontro ao rosto, sorrir para as flores, abraçar as árvores.
Eu sei, a
sociedade está presa aos costumes impostos. Não sabe ser livre. Não sabe viver.
Sabe, porém, reclamar do calor, que a chuva estragou os planos, que as árvores
caíram e destruíram casas, que o vento está forte demais, e blablablá.
Superficialidade
social. A humanidade veste-se com ela. Cria argumentos para justificar os atos,
as falhas, as imperfeições. Esquece que a imperfeição é a essência do mundo.
Torne o mundo perfeito e acabe com a essência do mesmo.
SIMONE ROCHA