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sábado, 15 de dezembro de 2012

É O FIM DO MUNDO




                      
        Sabe no que andei pensando?... Em nada.
        É sério, cansei de pensar. Estava me torturando demais com as incertezas futuras, e decidi viver o agora.
        O “agora” não me tranquiliza muito mais que o “depois”, porém, hoje eu posso fazer algo imediato, amanhã já não sei se terei oportunidade.
        Estão dizendo que o fim do mundo se aproxima, e sabe o que eu acho? Eu acho é pouco.
        O que fizemos para merecer a dádiva da vida, os sorrisos que estampam em nossos rostos, as honras que recebemos?
        Portanto, o fim do mundo é acreditar que somos dignos de receber alguma coisa, de sermos reconhecidos.
O fim do mundo é ver pessoas se destruindo nas drogas, negando ajuda ao próximo, julgando a humanidade como se fosse um ser superior. É um governo sem caráter, mães que jogam os filhos no lixo, homens estuprando crianças inocentes.
        O fim do mundo que tanto estão falando não deveria ser temido. Essa hipocrisia de achar que o fim dos tempos é a destruição através de uma inundação ou de explosões, ou de bolas de fogo vindas do céu é cômica. Tenho vontade de rir dessas teorias incabíveis. 
        Temem perder a vida, mas continuam criando as armas que contribuem para a morte. Não acreditam em Deus, mas pedem Seu socorro quando estão em apuros. Não apoiam o preconceito, mas julgam as pessoas pela marca das roupas que usam.
        É essa a humanidade!
        Mas sabe o que está extinto? O caráter. O amor para com o próximo. A mão estendida para quem precisa. Palavras que ajudem a levantar, e não que destruam.
        Aproveitar os dias, admirar as estrelas, contemplar a lua, correr descalço nas ruas. Deixar a chuva escorrer sobre o corpo e lavar a alma. Abrir os braços, sentir o vento de encontro ao rosto, sorrir para as flores, abraçar as árvores.
        Eu sei, a sociedade está presa aos costumes impostos. Não sabe ser livre. Não sabe viver. Sabe, porém, reclamar do calor, que a chuva estragou os planos, que as árvores caíram e destruíram casas, que o vento está forte demais, e blablablá.
        Superficialidade social. A humanidade veste-se com ela. Cria argumentos para justificar os atos, as falhas, as imperfeições. Esquece que a imperfeição é a essência do mundo. Torne o mundo perfeito e acabe com a essência do mesmo.


                                                               
                                                             SIMONE ROCHA

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