_Sente-se bem?
_Mais que bem! Bem demais.
Sorrisos e lágrimas em constante harmonia.
_Por que choras?
_São lágrimas de alegria.
_Podes dizer que tens motivo?
_Ah! Com toda certeza.
_Diga-me então,
O que motiva sua felicidade?
_Então não sabes?! É a vida.
Bela e graciosa.
Excelsa em formosura e surpresas.
Deslumbrante ao vagar pelos caminhos,
Especialista em criar oportunidades,
Doutorada nas matérias do destino.
_Afirma com tamanha precisão
Que até parece a divindade!
_Não. Nada de divindade.
_E onde se encaixa as frustrações e decepções da
humanidade?
As grandes guerras,
Conflitos e chacinas,
As tantas mortes sem respostas?
_A vida limitada pela morte não merece ser concedida.
A guerra em si é uma arte bruta.
Frustrações e decepções
Nada mais são que
Consequências de ações.
(Toda ação gera uma reação).
_Então é nisso que baseia-se?
Filosofias?
_Oras! De forma alguma.
Baseio-me no dom da vida,
Nas esperanças que crescem,
Nas sensações de cada momento.
Baseio-me simplesmente em viver.
Muitas questões não são respondidas,
Não desperdiço meus dias.
Aproveito-os.
E tu, não vives bem?
_Eu, bem, nunca vivi.
_Então é por isso que tanto criticas?
_Não. Não invejo a vida,
Mais cedo ou mais tarde
Todas pertencerão a mim.
_Pertencerão? Do que falas?
Quem és tu?
_Quem sou eu?
Quem pensas que sou?!
Tire suas próprias conclusões.
Levo as almas
Para vagarem novos caminhos.
_Então és a morte?
_Quem sabe?
Afinal, o que é a morte?
Será ela o fim
Ou o princípio da longa jornada?
SIMONE
ROCHA