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sábado, 24 de novembro de 2012

ALÉM DE UMA JANELA




E olhava para a janela
Mas você não passava.
Horas encostada a sua espera
E nada.
Aos poucos as gotas foram se multiplicando
E logo imaginei,
Naquele dia você não passaria.
No dia seguinte,
Adivinha só.
Encontrava-me na mesma posição,
Olhando na mesma direção,
Em busca da mesma ilusão.
O sol se escondia,
A lua aparecia,
E logo imaginei,
Você não passaria.
Depois de alguns meses,
Cansada da janela,
De ser platéia no meu espetáculo,
Fui até o centro do palco.
Dirigi-me até a porta
E segui sem direção.
Tropecei em algumas pedras,
Cai de joelhos,
Clamei por ajuda,
Gritei ao vento.
Deparei-me com errantes,
Cavaleiros da noite,
Almas desnorteadas.
Conheci novos caminhos,
Ouvi muitas lendas
E contei muitas histórias.
Não cheguei até você,
Não o vi pela janela,
Nem me lembro do seu semblante.
Sei que passou por mim
Mas nem o reconheci.
Não conhecia sua face,
Mas senti que era você.
Não me importei,
Apenas segui.
Da janela não dava para ver,
Mas agora já enxergo com clareza.
Não estava a procurar seu rosto,
Mas de uma saída que me libertasse .


                            SIMONE ROCHA

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